segunda-feira, 12 de outubro de 2015

ainda as eleições

na minha infância o dia de ir votar era um dia importante. sempre acompanhei os meus pais no acto de ir votar, ora espreitava o voto de um, ora espreitava o voto de outro. para mim, mais do que um domingo ou um dia feriado, era um dia de festa, assim tipo dois em um. a espera pela contagem dos votos a nível local, a consulta dos resultados em cada porta das mesas de voto, a espera pela contagem a nível nacional que podiam demorar vários dias, era tudo um entusiasmo vivido pela liberdade que durante anos tinha sido suprimida. pelos meus pais, ir votar, sempre foi encarado como um dever a cumprir e acima de tudo a respeitar, eles que viveram o período da ditadura, sempre respeitaram a liberdade de poder expressar as suas vontades, umas vezes ganha-se outras perde-se, era assim entendida a democracia. cresci com isto tudo, e com estes valores, e apesar de o 25 de abril para mim não ter sido um momento marcante, respeito o dia de ir votar com a mesma convicção que me foi passada pelos meus pais. vou votar sempre e umas vezes ganha-se e outras vezes perde-se, é assim a democracia. hoje não consigo entender como é que os partidos que se prestam aos votos dos portugueses e perdem, não aceitem que há um partido que ganha! porque se é democracia não aceitarem a decisão dos portugueses, então onde fica o povo que votou no partido que ganhou? ah e tal vamos fazer um governo de esquerda porque afinal se agora nos juntarmos todos até temos maioria...mas esta opção não existia no boletim de voto! a democracia não é respeitar a vontade do povo? ou a democracia é apenas a minha vontade e ponto?

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